Corporação segue a todo o vapor nas ações e investe em tecnologias e treinamentos
Os incêndios em lotes vagos e áreas urbanas não protegidas correspondem, em média, a 60% do total das ocorrências dessa natureza. A Operação Alerta Verde tem o intuito de identificar potenciais locais de risco, antes do período crítico de estiagem, alertando a população quanto aos cuidados com esses locais. Além disso, as vistorias previnem que eventuais incêndios se propaguem para Unidades de Conservação, promovendo danos que podem retornar às comunidades na forma de doenças respiratórias, inviabilização de pesquisas científicas, além de prejuízos econômicos.
A partir de cada vistoria realizada em lotes vagos são produzidos relatórios (REDS) pormenorizandos que contemplam informações categorizadas da situação em que se encontram os lotes vagos, quanto aos riscos potenciais de deflagração de incêndios. Esses relatórios são devidamente encaminhados às prefeituras das cidades mineiras, com o intuito de que os executivos municipais avaliem quanto à aplicação de sanções aos proprietários dos respectivos terrenos.
A corporação realiza um trabalho junto aos legislativos municipais, com o intuito de que normas relativas às questões de lotes vagos sejam implementadas nas cidades mineiras, com vista à fomentar nos proprietários dos terrenos que os mantenham sempre limpos, sem utilizar o fogo para essa finalidade.
As vistorias em lotes vagos são devidamente inseridas em mapas, com a finalidade de permitir que os gestores disponham de dados confiáveis para elaborar o planejamento das vistorias para os anos seguintes. Dessa forma, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) investe em ferramentas de geoprocessamento para trazer inteligência operacional quanto à gestão dos recursos humanos e logísticos.
A Operação Alerta Verde vai além das vistorias em lotes vagos. Unidades de Conservação do Estado também são visitadas pelas equipes do CBMMG, com a finalidade de estreitar a integração com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) por meios dos gerentes e funcionários das UCs do estado. Nessa operação, as Unidades de Conservação são mapeadas pelas equipes, com vista a se identificar locais com maior potencial para a deflagração de incêndios florestais. De posse dessas informações, estratégias conjuntas são estabelecidas para se analisar a viabilidade de realizar técnicas preventivas como aceiros, bem como outras relacionadas ao Manejo Integrado do Fogo (MIF).
Como anda a preparação para o período de estiagem
Somente nos três primeiros meses do ano, a corporação já realizou reuniões quinzenais de integração para o manejo integrado do fogo, no Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda, bem como no Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Essas ações são integradas junto ao IEF, Gerentes de Unidades de Conservação, Brigadistas Florestais, Empresas, representantes dos legislativos municipais, prefeituras, Coordenadorias de Proteção e Defesa Civil (Compdecs), bem como de membros da sociedade civil organizada. O objetivo desses grupos de trabalho é diagnosticar e estabelecer áreas estratégicas para que técnicas de manejo integrado do fogo sejam implementadas para que a incidência dos incêndios florestais diminua.
O recolhimento do Pelotão de Combate a Incêndios Florestais (PCIF), no Santuário do Caraça, consistiu em treinamento de equipes do CBMMG, especializadas nessa área de prevenção e combate aos incêndios florestais. Nesse contexto, o referido treinamento permitiu com que os militares pudessem aprimorar e nivelar conhecimentos que serão empregados pela corporação durante o período de estiagem.
Entre os meses de março e abril, foram realizados os nivelamentos dos Núcleos de Incêndios Florestais (NIFs). Criados através da Resolução nº 962/2021 do CBMMG, os NIFs são uma estrutura fundamental, em âmbitos das Unidades da Corporação, para prevenir e combater os incêndios florestais durante o período crítico de estiagem. Dispõem de equipes de gestão de mapeamento e geoprocessamento e de execução. O nivelamento dos NIFs permitiu com que as informações mais atualizadas das técnicas de prevenção e combate a incêndios pudessem ser difundidas à esses núcleos que irão ser empregados em todo o território mineiro.
Unidades de Conservação
No tocante às Unidades de Conservação (UC), o CBMMG, de forma conjunta com os demais órgãos que integram a Força-Tarefa Previncêndio, darão continuidade a ações que permitiram uma redução de 20,3% da área queimada nas UCs do estado no ano de 2024 se comparado à média histórica.
Entre elas, a implementação de bases operacionais avançadas, compostas por bombeiros militares e brigadistas florestais, que visam reduzir o tempo resposta nas ocorrências de incêndios florestais nas UCs. As bases operacionalizadas em 2024 serão novamente estabelecidas. Além disso, uma nova base será instituída na Floresta Estadual do Uaimií, região de Ouro Preto, que abriga uma reserva de mata atlântica, espécies de fauna e flora em extinção e recursos hídricos importantes.
Também estão previstos reforços operacionais de bombeiro, brigadistas e voluntários entre os meses de julho a outubro, período de maior volume de atendimentos. Com isso, a Corporação trabalha de forma inteligente ao estabelecer como prioridade o reforço do seu efetivo durante o período de estiagem.
A Sala de Coordenação operacional, implantada em 2024, será estabelecida novamente em 2025, oferecendo uma estrutura robusta de monitoramento em tempo real dos incêndios florestais nas Unidades de Conservação Estaduais. O local dispõe de tecnologia embarcada, além de monitores de alta qualidade, softwares que permitem realizar geoprocessamento, bem como de sistemas de controle de recursos humanos e logísticos. A sala de coordenação é responsável por gerir as ocorrências de incêndios florestais em todas as UCs do estado. Para isso, realiza empenho de aeronaves, disponibiliza alimentação para as equipes de campo, bem como apoia a operação ao dotar as equipes de informações sensíveis.
ArcGis
Para operacionalizar essa ferramenta, o CBMMG nomeou uma comissão de Bombeiros Militares responsável por realizar o estudo e a interface com a empresa fornecedora, com o objetivo de afinar a ferramenta para os anseios operacionais da corporação.
Por meio do ArcGis, a Sala de Coordenação Operacional será munida de informações tais como localização das equipes em campo, localização das aeronaves empenhadas nas operações, das viaturas disponíveis para cada ocorrência de incêndio florestal. O software contribui de maneira significativa na gestão de incêndios florestais ao fornecer ferramentas para a análise de riscos, monitoramento em tempo real, coordenação das equipes de resposta e planejamento a longo prazo.
Os dashboards e painéis implementados serão acessíveis a todo o CBMMG, o que proporcionará o alinhamento de informações, a fim de que os recursos sejam empregados de forma eficiente e eficaz nos incêndios florestais. Isso torna a prevenção e o combate aos incêndios mais eficazes e organizados, reduzindo os danos ambientais e protegendo vidas e bens.