O grande escritor Guimarães Rosa disse que “O caminho se faz caminhando”. A caminhada, no entanto, só faz sentido se sabemos onde queremos chegar. O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais - CBMMG sabe bem onde quer chegar, sua visão é atingir a excelência dos serviços prestados à sociedade mineira e sabe que, para isso, sua caminhada deve ser trilhada em uma estrada sólida, pavimentada pelo conhecimento e pela inovação.
É nesse sentido que o CBMMG publicou a Instrução Técnica Operacional nº 23,3ªedição, que nos apresenta uma versão aprimorada do protocolo de atendimento pré-hospitalar exercido no CBMMG. Dentre os diversos temas abordados, a Restrição do Movimento da Coluna - RMC ganha destaque no cenário nacional.
A RMC não é apenas uma nova expressão, é uma ruptura com antigas metodologias de trabalho.Tal ruptura não se deu por simples preferência da instituição, mas, sim, por necessidade.Estudos científicos realizados por todo o mundo, nas últimas décadas, tem apontado que a“imobilização” em prancha rígida e o uso de colar cervical, realizados de forma indiscriminada em vítimas de trauma, podem trazer malefícios à saúde.
Pode-se dizer que RMC se divide em duas fases: a avaliação quanto à necessidade de se restringir a coluna de uma vítima de trauma e, sendo necessário, qual a melhor técnica a ser aplicada para isso. Nesse cenário, alguns tipos de equipamentos como a maca tipo colher e a maca a vácuo tomaram evidência no atendimento à vítima. A utilização da maca retrátil como dispositivo de restrição da coluna vertebral, desassociada da prancha rígida,também.
Toda novidade, porém, gera desconforto e, por vezes, temor. Por isso, o CBMMG vê a necessidade de interação com os profissionais das unidades de saúde, que são os responsáveis por recepcionar essas vítimas, após o atendimento no local do acidente, para que juntos, possam realizar um trabalho sinérgico em prol da sociedade.
Assim, em 15 de dezembro de 2020, se deu a primeira reunião oficial entre o CBMMG e os agentes de saúde do estado de Minas Gerais. Na ocasião, ainda antes da publicação da ITO 23, 3ª ed., foi possível expor os estudos e a metodologia de trabalho pretendida. Minas Gerais, no entanto, apresenta dimensões continentais, não sendo possível abranger, naquela ocasião, todos os envolvidos no trato com a vítima. Entretanto, ainda hoje, é possível acessar o conteúdo apresentado naquela ocasião por intermédio do Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=rUGsezRWZJk).
O CBMMG ressalta o compromisso com a sociedade mineira e se coloca à disposição para discussões, explicações e treinamentos necessários para que consigamos (CBMMG e unidades relacionadas à saúde pública) dar o melhor atendimento possível ao cidadão.E mais uma vez afirma que, para atingir a excelência dos serviços prestados, baseia seus protocolos de atendimento em evidências científicas robustas e consolidadas mundialmente.
É possível ainda ter acesso a algumas das técnicas relacionadas ao RMC por intermédio do canal da ABM no Youtube.
APH - Técnica de auto-extração assistida.
APH - Técnica de Restrição Passiva com 2 socorristas