Atendimentos do CBMMG comprovam que homens morrem 10 vezes mais que mulheres em afogamentos

Início / Notícias Criado em: 18-09-2020 às 17h:11

O tempo seco e ensolarado tem feito com que a procura pela diversão em rios, lagoas e balneários seja cada vez mais frequente pela população.

Infelizmente, o número de afogamentos em Minas Gerais também apresentou alta de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado (janeiro-agosto).

Para compreender melhor os fatores de risco que levam ao afogamento, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) realizou uma pesquisa qualitativa em seus registros de atendimento que demonstram que o perfil dos óbitos por afogamento em Minas Gerais é de homens, com idade média de 25 anos.

O levantamento apontou que, entre janeiro a dezembro do ano passado, o CBMMG registrou 281 vítimas fatais por afogamento em todo o estado, sendo 254 vítimas do sexo masculino, 26 do sexo feminino e 1 vítima de sexo não identificado.  

Já no comparativo entre os períodos, a pesquisa demonstrou que, entre janeiro e agosto de 2019, das 177 ocorrências de afogamento atendidas pelo CBMMG, 164 eram vítimas do sexo masculino, enquanto 12 eram mulheres e 1 vítima de sexo não informado. Neste ano, entre janeiro e agosto, o Corpo de Bombeiros registrou 188 ocorrências de afogamento em todo o estado, sendo que 170 homens vieram a óbito e 18 mulheres, se tornaram vítimas fatais nos rios, cachoeiras e lagos de Minas.


Além disso, 33% dos casos de afogamento acontecem na faixa etária entre 19 e 32 anos de ambos os sexos. Ou seja, é praticamente 10 vezes maior a incidência de afogamentos de homens do que em mulheres e a faixa etária dos 19 aos 32 responde por 1 em cada 3 afogamentos no estado.


Com base na análise qualitativa nos relatórios de atendimento das ocorrências, é possível afirmar que a bebida alcoólica funciona como um dos principais fatores contributivos de afogamentos. Funcionando como um estimulante, o uso indiscriminado do álcool faz com que seus usuários adotem ações mais ousadas e de exposição ao risco para impressionar seus grupos nas cachoeiras, lagos ou piscinas.
 
Além disso, a não utilização de equipamentos de segurança como coletes e boias é detectada em praticamente todos os afogamentos com resultado de morte, o que demonstra a importância do uso desses materiais.

Pode ser citado, por fim, o aspecto psicólogico em relação às águas mineiras. Pela inexistência de mar em nosso estado, há muitas vezes uma equivocada ideia pelo banhista que águas menos movimentadas tais como lagoas, cachoeiras e assemelhados oferecem menos riscos do que o mar. Essa impressão, completamente  equivocada, acaba gerando um comportamento excessivamente confiante que resulta na situação de risco associada ao afogamento.

Para reduzir os números tão significativos é imprescindível reforçar as ações de prevenção e conscientização dos cuidados a serem tomados nos momentos de lazer e derrubar certos padrões que induzem ao risco. E esta tem sido a aposta do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais: trabalhar a prevenção intensificando a presença dos militares nos locais mais críticos e reforçando a conscientização por meio de ações coordenadas e com o apoio da imprensa.